O presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressou forte preocupação com as tarifas unilaterais impostas pelos Estados Unidos e alertou para os riscos de um “efeito devastador” na economia global, em declarações feitas durante a Cúpula da Celac (Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos) em Tegucigalpa, Honduras.
Principais pontos da fala de Lula:
- Crítica às tarifas dos EUA e o impacto no multilateralismo
- Lula classificou as medidas do governo norte-americano como um “conflito pessoal de Trump com a China”, que ameaça o equilíbrio comercial global.
- “Querer fazer negociação individual é colocar fim no multilateralismo”, disse, defendendo a importância de um sistema internacional baseado em cooperação.
- Alertou que hegemonia econômica, militar ou tecnológica de um único país é inaceitável.
- Posição do Brasil: Reciprocidade nas negociações
- Lula afirmou que o Brasil usará “todas as palavras de negociação possíveis”, mas, se necessário, tomará medidas recíprocas caso as tarifas se mantenham.
- Crítica ao veto de Paraguai e Argentina na Celac
- Disse que o consenso não pode significar direito de veto individual, defendendo que países discordantes registrem suas posições sem bloquear decisões coletivas.
- Defesa de uma mulher latino-americana para a ONU em 2026
- Lula apoiou a proposta de uma candidatura única feminina da América Latina e Caribe para a secretaria-geral da ONU.
- “O século 21 pode ser o século das mulheres”, destacou, elogiando a competência e sensibilidade das lideranças femininas.
Contexto mais amplo
- As declarações ocorrem em meio a tensões comerciais globais, com os EUA aumentando tarifas contra a China e ajustando políticas para outros países.
- O Brasil, que busca reforçar sua influência na América Latina, defende o multilateralismo e uma governança global mais equilibrada.
Lula retornou ao Brasil na madrugada desta quinta-feira (10) e deve seguir articulando posições sobre comércio internacional e integração regional.
Da Redação