Evento discute como usar biotecnologia na solução de problemas. Projeto da pesquisadora de 23 anos, formada pela UnB, envolve agricultura na África.
A jovem Letícia Marques, de 23 anos, é a única representante do Brasil no Congresso de Biotecnologia GapSummit 2019, que ocorre em Harvard e no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos. Moradora do Distrito Federal e formada pela Universidade de Brasília (UnB), ela está entre 100 jovens apontados como “líderes do amanhã”.
O evento, que começou no domingo (16) e vai até quinta-feira (20), reúne participantes de todo o mundo e tem como objetivo usar a biotecnologia para desenvolver projetos que possam resolver problemas atuais.
Durante cinco dias, os 100 participantes se dividem em grupos e trabalham em uma proposta. A moradora do DF e outros quatro jovens do Equador, Reino Unido, Sérvia e Singapura desenvolvem um projeto para facilitar o plantio de grãos na África subsaariana, mais especificamente na Etiópia.
“Meu sonho é ver o mundo sem fome um dia, e acho que a cadeia de valores agrícolas está diretamente relacionada com isso.”
Segundo Letícia, a participação é uma oportunidade para pôr em prática habilidades que podem ajudar no desenvolvimento do Brasil. Ela trabalha no Serviço Social da Indústria (Sesi) e diz que gostaria de poder usar o contato que tem com a indústria brasileira para pôr em prática as conquistas da pesquisa na área de biotecnologia.
O projeto
O grupo da brasileira usou a engenharia genética para criar uma espécie de amaranto – grão rico em nutrientes – mais tolerante à seca. “O objetivo é facilitar a cultura em uma região do planeta que está sofrendo com os impactos das mudanças climáticas”, explica Letícia.
“Queremos fornecer a nossa espécie de amaranto para o agricultor e, uma vez cultivado, esperamos que o grão gere renda para ele.”
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2019/d/M/eX3C6PQdCIR7yHipBtDQ/colheita-amendoim.png)
Agricultores fazendo colheita — Foto: Reprodução/TV Grande Rio
Os melhores projetos apresentados durante o evento serão apoiados pelos organizadores do congresso. Letícia informa que, independentemente de ser finalista, o grupo está se empenhando para conseguir novas formas de financiar a proposta e colocá-la, de fato, em prática.
O plano é iniciar a experiência na Etiópia e usar a infraestrutura de empresas de distribuição já existentes e consolidadas na África para auxiliar nesse processo.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2019/y/P/gYdh8jTjABRazJGjAFGw/whatsapp-image-2019-06-17-at-14.37.59.jpeg)
Palestra sobre biossegurança e bioética no GapSummit 2019, nos EUA — Foto: Letícia Marques