O Brasil fechou o mês de janeiro com um saldo positivo de 137.303 empregos formais, de acordo com dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), divulgados nesta quarta-feira (26) pelo ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho. Esse tipo de emprego garante ao trabalhador direitos e deveres previstos na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
O saldo foi resultado de 2.271.611 admissões e 2.134.308 desligamentos no período. Com isso, o total de vínculos celetistas ativos no país chegou a 47.341.293 em janeiro, representando um crescimento de 0,29% em relação ao estoque registrado em dezembro de 2023.
No acumulado dos últimos 12 meses, de fevereiro de 2023 a janeiro de 2024, o saldo também foi positivo, com a criação de 1.650.785 empregos formais. Nesse período, foram registradas 25.743.968 admissões e 24.093.183 desligamentos.
Aumento no salário médio
O Caged também apontou um aumento de 4,12% no salário médio das admissões entre dezembro de 2023 e janeiro de 2024. Esse incremento representa um acréscimo de R89,02,elevandoosalaˊrioinicialmeˊdioparaR89,02,elevandoosalaˊrioinicialmeˊdioparaR 2.251,33.
Ao anunciar os números, o ministro Luiz Marinho criticou declarações atribuídas ao mercado financeiro de que a geração de empregos seria prejudicial à economia. “Vejo com estranhamento esse tal mercado dizer que saldo positivo de emprego é um mal. Não consigo entender que isso seja um problema [que resulte em aumento de juros]”, afirmou.
Marinho destacou que a política de juros é de responsabilidade do Banco Central, que deve dialogar com os setores produtivos para preparar a economia para um cenário de crescimento, aumentando a produção e controlando a inflação.
Desempenho por setores
Quatro dos cinco grandes grupos de atividades econômicas apresentaram saldo positivo de empregos em janeiro. O destaque foi a Indústria Geral, que gerou 70.428 novos postos de trabalho. Outros setores com desempenho positivo foram:
- Serviços: saldo de 45.165 postos
- Construção: saldo de 38.373 postos
- Agropecuária: saldo de 35.754 postos
O único setor com saldo negativo foi o Comércio, que registrou uma redução de 52.417 postos.
Críticas às projeções do mercado
O ministro também criticou a “incapacidade do mercado” em fazer projeções alinhadas à realidade econômica do país. “Em 2023, projetaram um crescimento do PIB de no máximo 0,7%, mas crescemos 3,2%. Em 2024, estimaram 1%, e já crescemos 3,8%”, disse.
Marinho ressaltou a importância de considerar não apenas a macroeconomia, mas também a microeconomia, que responde a políticas públicas como o aumento real do salário mínimo.
Desempenho regional
Quatro das cinco regiões do país apresentaram saldo positivo de empregos formais em janeiro:
- Sul: 65.712 novos postos (aumento de 0,76%)
- Centro-Oeste: 44.363 novos postos (alta de 1,06%)
- Sudeste: 27.756 novos postos (0,12%)
- Norte: 1.932 novos postos (0,08%)
A única região com saldo negativo foi o Nordeste, que registrou uma redução de 2.671 empregos (queda de 0,03%).
Desempenho por estados
Dentre as 27 unidades federativas, 17 tiveram saldo positivo de empregos. Os destaques foram:
- São Paulo: 36.125 novos postos (aumento de 0,25%)
- Rio Grande do Sul: 26.732 novos postos (0,94%)
- Santa Catarina: 23.062 novos postos (0,90%)
Por outro lado, os estados com menor saldo foram:
- Rio de Janeiro: redução de 12.960 postos (0,33%)
- Pernambuco: redução de 5.230 postos (0,34%)
- Pará: redução de 2.203 postos (0,22%)
Em termos relativos, Mato Grosso foi o estado com maior crescimento no número de empregos, com um aumento de 2,07% (19.507 novos postos). Já o Acre registrou a maior queda, com uma redução de 645 postos.
Da Redação